quinta-feira, 29 de outubro de 2009




Poema 12


Para meu coração basta-me teu peito,
para tua liberdade basta, minhas asas.



De onde minha boca chegará até o céu
o que estava entorpecido sobre tua alma.
É em ti a ilusão de cada dia.



Chegas como o orvalho das corolas.
Socava o horizonte com tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.
Eu falei que cantavas com o vento
como os pinheiros e como os mastros.



Como eles é alta e taciturna.
e entristeces de pronto, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.



Te povoam ecos e vozes nostálgicas.
Eu despertei e às vezes migraram e fugiram
os pássaros que adormeciam em tua alma.



PLABO NERUDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário