quinta-feira, 29 de outubro de 2009





Em meu céu o crepúsculo é como uma nuvem
e tua cor e forma são como eu as quero
É minha, é minha, mulher de lábios doces
e vivem em tua vida meus infinitos sonhos.



A lâmpada de minha alma te ilumina os pés,
o agro vinho meu é mais doce em teus lábios:
oh segadeira de minha canção de entardecer,
como te sentem meus os sonhos solitários!



É minha, é minha, vou gritando entre a brisa
da tarde, e o vento arrasta minha voz luminária.



Caçadora do fundo de meus olhos, teu roubo
estanca como a água tua perspectiva noturna.
Na rede de minha música está presa, amor meu,
e minhas redes de música são extensa como o céu.



Minha alma nasce à beira de teus olhos de luto.
Em teus olhos de luto começam no país do sonho.



PLABO NERUDA

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