quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Não te desejo mais…
Não te desejo mais…
Desejei-te no passado
De modo certo ou errado,
Tanto faz, valeu a pena…
Amor proibido, ardente,
Paixão doida, inconseqüente,
Que a voz do povo condena…
Desejei-te em cada flor,
Em cada canto de amor
Dos passarinhos no ar…
Nas calientes madrugadas,
E nas doces alvoradas,
Em nosso leito, a vibrar…
Sublimei este amor,
Passei do canto à dor,
E do êxtase a meus ais…
Hoje fico a refletir
Como é possível sentir
Que não te desejo mais…
Mas… pra que refletir tanto
Sobre desejos e pranto,
Se eu constato, afinal,
A verdade - verdadeira -,
Desde nossa vez primeira,
Ainda nua e real:
…Eu não te desejo mais…
Do que desejei outrora!
Pois te desejava antes
Tanto quanto como agora!!
Oriza Martins
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